Sindrome de Burnout e o estresse máximo.

Sindrome de Burnout e o estresse máximo.

Com o mercado competitivo, ter estresse é normal e até nos ajuda a tomar decisões no trabalho e na vida pessoal. “Em certa quantidade pode ser positivo e mesmo necessário”, avalia Marine Meyer Trinca, psicóloga da Medicina Preventiva do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Mas, quando a sensação de estresse é uma constante – e começa todo dia sbem na porta da empresa, a questão pode ser um pouco mais séria. No fim da década de 60, estudiosos previram essa nova doença – que denominaram de Síndrome de Burnout – o grau máximo do estresse profissional. Como evitar? Como tratar?

A Síndrome pode ser detectada em qualquer profissão, mas, segundo os psicólogos, em especial nos trabalhos em que há impacto direto na vida de outras pessoas – como profissionais da saúde em geral, jornalistas, advogados, professores e até mesmo voluntários. Burnout significa que o desgaste emocional “consome” aspectos físicos e emocionais da pessoa, pois, traduzindo do inglês, burn quer dizer queima e out exterior. Embora já se venha falando sobre o assunto há décadas, no Brasil as discussões em torno da síndrome tornaram-se mais fortes nos últimos anos.

De olho nos sintomas

Problemas de relacionamento com colegas, clientes e chefes, a falta de cooperação entre os colegas de trabalho, de equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal e também de autonomia são grandes causadores do nível máximo de estresse. Fortes candidatos são aqueles conhecidos como workaholics, que se identificam bastante com o trabalho, vivem para ele e têm níveis de exigência muito altos. Pessoas com a síndrome apresentam sintomas como fadiga, cansaço constante, distúrbios do sono, dores musculares e de cabeça, irritabilidade, alterações de humor e de memória, dificuldade de concentração, falta de apetite, depressão e perda de iniciativa.

No dia a dia, a pessoa fica ainda arredia, isolada, passa a ser irônica, cínica e a produtividade cai. Muitas vezes, o profissional acredita que a melhor opção seja tirar férias; entretanto, quando volta, descansado, retoma a postura anterior. “A pessoa também tende a adoecer mais porque o sistema imunológico está comprometido. Há casos de pessoas que saíram de férias, descansaram e estavam bem, mas, ao voltar ao trabalho, apresentaram os sintomas novamente”, explica Ana Maria Teresa Benevides-Pereira, psicóloga e autora do livro Burnout: Quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador.

Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout está a pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de relacionamento com as chefias, problemas de relacionamento com colegas ou clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de desqualificação e falta de cooperação da equipe.

Os autores que defendem a Síndrome de Burnout como sendo diferente do estresse alegam que a doença envolve atitudes e condutas negativas com relação aos usuários, clientes, organização e trabalho, enquanto o estresse apareceria mais como um esgotamento pessoal com interferência na vida do sujeito e não necessariamente na sua relação com o trabalho.

O quadro evolutivo tem 4 níveis de manifestação:

1º – nível – Falta de vontade, ânimo ou prazer de ir a trabalhar. Dores nas costas, pescoço e coluna. Diante da pergunta o que você tem? normalmente a resposta é “não sei, não me sinto bem”

2º – nível – Começa a deteriorar o relacionamento com outros. Pode haver uma sensação de perseguição (“todos estão contra mim”), aumenta o absenteísmo e a rotatividade de empregos.

3º – nível – Diminuição notável da capacidade ocupacional. Podem começar a aparecer doenças psicossomáticas, tais como alergias, psoríase, picos de hipertensão, etc. Nesta etapa, começa a automedicação, que no princípio tem efeito placebo mas, logo em seguida, requer doses maiores. Nesse nível, tem se verificado também um aumento da ingestão alcoólica. em profissionais médicos

TERAPIA CONTRA PAVIO CURTO

Diante de situação de saia justa – para usar uma expressão da moda – certas pessoas reagem com serenidade e bom senso; outras, explodem num surto de raiva. Ter raiva pode ser normal e até necessário – ou ninguém ficaria indignado diante de uma flagrante injustiça. O problema é quando esse sentimento se torna patológico e agressivo, podendo ser até mortal – para ambos os lados. Em São Paulo, já existe um centro para controle do stress – ali, os mais “nervosinhos” aprendem a não ficar verdes de raiva.

No filme Terapia de Choque, Jack Nicholson é um psiquiatra especializado em tratar cidadãos que tiveram ataques de raiva em situações públicas. O chamado “gerenciamento da raiva” começou a ser oferecido no Brasil pela dra. Marilda Lipp, professora titular de Psicologia da PUC de Campinas, que dirige o Centro Psicológico do Controle do Stress. Considerada a maior especialista brasileira em stress, ela é autora do livro Stress e o turbilhão da raiva, onde expõe suas teorias sobre esse sentimento que pode ser tão destrutivo, ensinando estratégias de controle para que a pessoa consiga “domesticá-la”, em seu proveito. Na verdade, como explica a psicóloga, a raiva nem sempre é ruim. “A raiva pode ser útil, desde que controlada e usada na hora certa. Em situações de injustiça, por exemplo, pode ser convertida numa ação responsável, que dê satisfação sem provocar encrenca”. Ela completa o raciocínio: “Sentir raiva não é errado. O que pode ser perigoso é o uso que se faz dela”. Esse mau uso pode ser “chutar a barraca” nas situações mais corriqueiras do cotidiano – filas de banco, trânsito engarrafado, uma pressão maior no trabalho. “Quem tem ataques frequentes de raiva só se dá conta do problema quando já explodiu e está brigando, gritando ou xingando. É muito mais fácil vencer o sentimento no início”.

O primeiro passo do treinamento anti-stress é conseguir identificar a raiva no início. Os sinais são físicos: suor, batimento acelerado do coração e tensão muscular. Essa terapia, na verdade, é o chamado treino cognitivo de controle da raiva, um tratamento desenvolvido nos EUA e há alguns anos adaptado à realidade brasileira pela Dra. Marilda.

O segundo passo inclui identificar o fator que provoca a raiva e tentar mudar a forma como se vê esse fator. “Às vezes a pessoa está tão acostumada a se irritar, que recebe qualquer coisa como provocação. Mas uma coisa só se torna provocação a partir da interpretação que damos a ela”, continua a médica. Está mais do que provado que certas pessoas tendem a reagir ao mundo de maneira mais raivosa do que outras, por uma vulnerabilidade inata, que vem de família. Essa irritabilidade exagerada é agravada pelas situações do dia a dia. Já no primeiro contato com um especialista em gerenciamento da raiva, o paciente aprende que o velho conselho “respire fundo, conte até 10” ainda é bastante eficiente. “Essa pessoa constantemente raivosa precisa aprender a reinterpretar o mundo”.

TESTE

Seu pavio é curto?

A lista de perguntas a seguir, elaborada pela psicóloga Marilda Lipp, tem a ver com uma série de situações típicas de pessoas que têm tendência a reagir ao mundo com raiva. Descubra, respondendo “sim” ou “não”, se você faz parte desse grupo. E veja, no final, se você precisa de uma terapia anti-raiva

1) Você costuma ficar irritado com facilidade?

2) Considera-se uma pessoa temperamental?

3) Fica incomodado com a lerdeza dos outros?

4) Fica furioso quando recebe algum tipo de crítica, mesmo que tenha fundamento?

5) Quando tem alguma frustração, sente vontade de quebrar os objetos que estão por perto?

6) Quando existe um serviço urgente para ser feito na internet, mas a página leva muito tempo para ser aberta ou simplesmente não abre, você tem vontade de bater no computador?

7) Fica muito irritado quando não recebe o reconhecimento que gostaria de ter?

8) Costuma repetir com freqüência frases como “Eu fiquei com raiva” e “Me deu uma raiva…”?

9) Perde a compostura e as estribeiras em público e faz escândalo?

10) Ao ficar nervoso e aborrecido, diz coisas desagradáveis ou xinga, não importa o local ou a situação?

11) Quando passa por algum tipo de frustração, sente vontade de bater em alguém?

SE RESPONDEU “sim” a pelo menos cinco perguntas, você faz parte do grupo que tem tendência a responder ao mundo com raiva. Uma terapia vai bem.

 

Fonte:  ABCFARMA

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